HRSM reúne profissionais de saúde sobre atendimento em psiquiatria
Nesta terça-feira (24), o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realizou o Encontro do Matriciamento da Atenção Especializada em Psiquiatria e Atenção Primária. Participaram do evento as equipes assistenciais do hospital, das unidades básicas de saúde (UBSs), das unidades de pronto atendimento (UPAs) e dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da região sul, que engloba Gama e Santa Maria.
O primeiro encontro ocorreu em agosto e foi proposto pela chefia do ambulatório do HRSM, após notar a necessidade de reunir todas as equipes tendo em vista a alta demanda de pacientes na região com transtornos psíquicos que aguardam por acompanhamento em psiquiatria.
“Após o primeiro momento, começamos a ter resultados positivos no sentido de direcionamento e compartilhamento dos pacientes da atenção secundária com a atenção primária, principalmente, aqueles pacientes que fazem uso de medicação de controle em longo prazo, pacientes que já estão estáveis da demanda psiquiátrica, para fazer as trocas de receita, para ser inserido no serviço da atenção primária, ou seja, das UBSs”, explica a gerente do ambulatório do HRSM, Raiane Alves.
Segundo ela, a demanda da psiquiatria é muito grande e o Setembro Amarelo foi um momento importante para debater questões que já tinham sido indicadas pelas equipes da atenção primária. “Vamos seguir o matriciamento com os temas indicados pelas UBSs, os mais críticos, como autoextermínio, depressão pós-parto, renovação de receitas, retorno agendado com especialistas, acompanhamento nas UBSs, discussão de casos etc”, informa.
O matriciamento desta terça foi focado no tema suicídio e depressão. A psiquiatra do ambulatório do HRSM, Amanda Rampinelli, destacou a importância de abordar e tratar a depressão, tendo em vista que ela é um fator que desencadeia o suicídio.
“Nem sempre quem tem depressão está aparentemente triste”
Amanda Rampinelli, psiquiatra
“É muito importante a gente pensar nessa questão da prevenção do suicídio. O que a gente precisa saber, principalmente, é a questão dos sinais de alegria. Nem sempre quem tem depressão está aparentemente triste. Tem que ver a questão do uso de substância, drogas no geral, tem que prestar atenção, tanto do isolamento social quanto aquela pessoa que sempre era muito presente na comunidade e começa a se afastar e tudo mais, é observar os sinais”, explica Amanda.
Segundo a psiquiatra, é importante, muitas vezes, fazer uma busca ativa, pois a depressão pode estar ligada com questões genéticas, traumas, principalmente na infância, perda de pessoas e transtornos mentais. Além de observar sinais como não cuidar da própria saúde, além de transtornos comuns que acabam que influenciam nessa questão do suicídio como a depressão e a ansiedade, que muitas vezes as pessoas ignoram.
As pessoas que entram em pânico, muitas vezes acaba que é tão desconfortável aquilo, que às vezes, os pensamentos vão piorando. As pessoas que têm depressões mais graves, que não melhora há muito tempo, acaba que tem essa predisposição muito maior a cometer suicídio, além de transtornos bipolares e pessoas com TDAH, devido à impulsividade, associada à depressão”, alerta.
Amanda orientou que as equipes tenham uma escuta acolhedora e se possível, encaminhem pacientes com algum tipo de transtorno psíquico para terapias em grupo. “Precisamos ter uma escuta empática, ativa, de fato de prestar atenção nesse paciente, porque muitas vezes nós somos a única rede de apoio deles e a ida até uma unidade de saúde é um pedido de ajuda”, conclui.
*Com informações do IgesDF
Agencia Brasilia