Jornal Brasil DF entrevistou o presidente do Instituto Brasília Ambiental Rôney Nemer.

JORNAL
Vamos fazer aqui algumas perguntas a respeito do tema que a gente está vivendo hoje. Atualmente vivemos numa tensão muito grande com relação às queimadas, o clima, e eu queria saber do senhor qual o papel e quais as ações que o Instituto está tendo com base nessa situação.

Bom, na verdade, este ano é um ano que a seca está muito grande, e o que está piorando também é porque queimadas de outros estados, as fumigens estão vindo para cá, a fumaça está vindo para cá, por uma complicação na alteração do vento.
Então, para além de algumas queimadas que nós temos aqui, de alguns incêndios florestais, mas se nós no Brasil Ambiental este ano conseguimos contratar 150 brigadistas em junho para preparar, fazer o acero, fazer uma previsão, e compramos abafadores, sopradores, equipamos, botamos carros, toda uma estrutura para a gente tentar minimizar essa questão do fogo. Mas quem nos ajuda mesmo é o bombeiro, o bombeiro é quem tem essa verdadeira expertise, mas nós, com o nosso grupo de brigadistas, que são formados pelo prévio fogo, do Ibama, então a gente dá o primeiro atendimento dentro das nossas 82 unidades de conservação. Mas assim, com isso tudo a gente ameniza, porém, parece que esse ano está tendo uma onda de gente colocando fogo de forma propositada.
É diferente de quando é um morador em situação de rua que faz um fogo, uma fogueira para se aquecer, entendeu? Então a gente pede muito, nós somos com calor, ninguém precisa aquecer, evitar o manejo do fogo, manejo do fogo, sem autorização do argumento, é crime, fazer os aceros, evitar quem ainda fuma, se estiver dirigindo, evitar jogar aquelas pingas de cigarro pela janela, tudo aquilo pode causar um incêndio que muitas vezes proporciona e a gente não sabe onde vai. Então, nós estamos passando por esse momento, que além, hoje aqui no DF, só o incêndio que teve aí na Flona, que demorou três dias para ser combatido, mas normalmente ele é combatido dentro do dia mesmo, ele não vira um dia queimando. Mas é preciso que toda a população se conscientize, você nos ajude e se ver o fogo pegando em algum lugar, liga para o Bombeiro 193 para que a gente possa efetivamente combater e preservar o nosso cerrado, que é o nosso berço das águas.
Sem o cerrado a gente não tem água e sem água a gente não vive.

JORNAL
E emendando assim, na proteção do cerrado mesmo, é amanhã dia nacional do cerrado brasileiro e a gente sabe que o Instituto está com programas, eventos de conscientização dessa proteção, não é isso?

Com certeza, a gente tem o nosso parque educador, a gente leva as crianças da rede pública, uma parceria IBRAN, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Educação, levando as crianças para as nossas unidades de conservação, barra parque, para eles terem ali aquele contato, não é só na teoria, para saber o que é o meio ambiente, saber o que é o cerrado, saber o que é o fruto de um árvore nativo do cerrado, saber quais são os nossos animais, se houver essa aqui, da nossa região. Então tudo isso nos ajuda muito e o cerrado, nós temos o Brazlândia, por exemplo, que a gente faz um trabalho de proteção não-sangraslândia da grelagem de terra.
O governador ibanês, a governadora Celina, nos oportunizaram a criar um pronto-emprego que são todos os órgãos de fiscalização que participam dele. A DEMA, o BPMA, a Agefis, a Terracap, nós aqui do Brasília Ambienta, porque a gente quer, ao mesmo tempo em que eles tentam invadir e grilhar, a gente quer estar presente. Então para isso, nós temos pessoas trabalhando de segunda a segunda, de manhã, de tarde, de noite e de madrugada, que antes de ter essa fome de trabalho contínuo, o grilheiro entrava na sexta-feira e estragava o cerrado todo na segunda, quando voltava para trabalhar.
O governador ibanês, a governadora Celina Leão, preocupados com o ambiente, nos deu essa oportunidade de a gente montar esse grupo e trabalhar incansavelmente. A gente tem combatido muito, mas eles são muito, como é que eu vou dizer, destemidos. Todo dia, e através do WhatsApp também, gente, as pessoas podem mandar, e eu queria aproveitar para deixar o número do meu WhatsApp, 99988-2535, é meu telefone e meu WhatsApp, 61-Brasília, se você ver alguma pessoa grilhando, se você ver alguém abrindo rua de noite, alguém fazendo alguma coisa de noite, não é dentro da legalidade, manda para a gente, para a gente acionar, as equipes de fiscalização e controle.

JORNAL
Ótimo, e tem então a necessidade até mesmo de reforçar o pessoal, eu sei que o Instituto está com algumas vagas previstas, autorizadas, e tem previsão do edital, de nomeação?

Bom, esse edital está para sair, hoje mesmo, nosso agente, o Ricardo Roriz, me passou que está faltando lá uma assinatura na SEPLAD, já mandei uma mensagem para o Ângelo lá da SEPLAD, para ele acelerar, porque a gente precisa desse concurso o mais breve possível.

JORNAL
Certo, e o senhor citou a questão de imóveis, de loteamentos, quando um imóvel vai ser regularizado, aí o Instituto tem um importante papel ali dentro, né, nessa regularização?

Com certeza, se ele teve o licenciamento ambiental, antes da instalação do parcelamento de solo, ele é dado uma compensação ambiental, para traduzir para as pessoas que querem lançar de bebê, é como na vida da gente, uma criança fala para o pai e para a mãe, posso jogar bola? Ela fala, você já fez o dever de casa? Você já fez, pode jogar bola. Ah mãe, eu quero comer o pudim.
Você já comeu o arroz, o feijão, a carne e a salada? Não só o arroz, come a salada antes também, para poder comer a sobremesa. Então, o meio ambiente, nós não somos contra o desenvolvimento, nós somos contra o desenvolvimento predatório, o desenvolvimento que agride e acaba com o meio ambiente. O desenvolvimento sustentável, este é o desenvolvimento que nós queremos aqui no Brasília Ambiental.
Então, a gente acompanha o passo a passo, a gente chama os empresários para o nosso Brasília Ambiental, porque o empresário que vem até o Brasília Ambiental, ele quer ser fiscalizado, ele é do bem. O que foge da gente, é porque muitas vezes quer fazer coisa errada. Então, nós licenciamos e agora, aqueles condomínios lá atrás, e não houve esse licenciamento, nós fazemos licenciamento ambiental e colocamos um condicionante, que é, você pode regularizar, mas para regularizar, você vai ter que fazer isso, que é trazer a proteção do meio ambiente, fazer obras que tenham capilaridade, que tenham permeabilidade de água, por exemplo, usar uma pavimentação que consiga garantir que a água infiltre no solo e vá irrigar lá os nossos aquíferos lá, que são os fios que passam subterrâneo.
O cerrado é a nossa caixa d’água invertida, ele que direciona a água lá para baixo, porque para que a gente tenha água e abundância sempre, nós já tivemos falta de água lá atrás. Então, a gente não pode mais defasar o cerrado, a gente tem que proteger. Agora, o nosso cerrado é tão grande que ele queima e ele se revive, ele ressurge das cinzas, mas não precisa queimar, se você vai fazer um manejo, peça autorização aqui, peça autorização nos órgãos de controle.
Então, e aqui também eu quero aproveitar para te falar de um caso de sucesso nosso aqui do Ibram do Brasília Ambiental. Nós temos aqui um hospital, o Hfaus, um hospital de fauna silvestre, é o único hospital do Brasil, 24 horas, de segunda a segunda. Então, se você ver um animal silvestre, atropelado ou receber um tiro, ou ser judiado por alguém, ligue para o BPMA, ele recolhe e leva para a gente.
E a gente tem toda uma equipe de veterinários, zoólogos, várias especialidades, também na parte administrativa de limpeza, que recebe esse animal no nosso Hfaus, fica lá até a gente cuidar, para que ele possa ser devolvido para a natureza. Então, eu convido vocês um dia se quiserem conhecer também, é muito legal. Então, é o Brasília Ambiental, a gente trabalhando pelo meio ambiente, por você e por sua família e para as futuras gerações.
A nossa missão é preservar o meio ambiente, a nossa missão é fazer com que o DF desenvolva, mas de forma sustentável, preservando o meio ambiente, para garantir a qualidade de vida dos seus filhos, dos seus netos e das futuras gerações.

JORNAL
Presidente, mais uma vez, obrigado. Obrigado pela sua atenção. Estamos aqui na sede do Instituto Brasilio Ambiental. Fica aqui na W3 Norte, na 511 Bloco C.

Nós queremos, junto com você, junto com a sua família, garantir um DF sustentável, com um meio ambiente preservado e cuidado. Obrigado.

Assista aqui a entrevista completa: