Com 107 casos de meningite em um ano, Secretaria de Saúde convoca crianças e adolescentes à vacinação
Saiba quais são as doses para proteger o público infantil contra a doença. Fique atento aos prazos do calendário de imunização
Uma inflamação nas meninges – membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal – capaz de causar sequelas para o resto da vida, além de haver o risco de morte. Esta é a descrição da meningite, doença que afeta principalmente crianças e, dentre outros agentes, pode ser provocada por vírus e bactérias. Somente em 2023, o Distrito Federal registrou 107 casos e 14 óbitos, conforme novo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Para evitar a doença, uma das principais estratégias é a vacinação, que requer maior engajamento das famílias. É o que mostra a cobertura da meningocócica ACWY, vacina capaz de prevenir de uma só vez contra quatro sorogrupos da meningite (A, C, W e Y). O público-alvo são as crianças e os adolescentes de 11 a 14 anos. No ano passado, contudo, menos de 35% dos brasilienses nessa faixa etária haviam recebido o imunizante. Isto é, menos da metade da meta de 80%. Para se vacinar basta ir a uma das mais de cem salas de atendimento com documento e a caderneta de vacinação.
Referência Técnica da Vigilância (RTD) das Meningites da SES-DF, Anna Viegas afirma que é um descuido não enxergar a doença como uma ameaça à saúde. “Com a tendência de redução de casos nos últimos anos, graças à vacinação, a população passou a temer menos a meningite. Mas estamos falando de uma doença grave e potencialmente fatal. Portanto, ainda que o número tenha diminuído, é fundamental lembrar que, quando ela surge, o impacto é grande”, pontua.
Proteção desde o nascimento
Os esquemas vacinais contra a meningite vão além da ACWY e incluem ainda as doses de BCG e meningocócica C conjugada, conforme o calendário básico de vacinação. Em cada Unidade Básica de Saúde (UBS) é possível solicitar uma análise da caderneta, para verificar se há algum imunizante em atraso.
A gerente da Rede de Frio da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, esclarece que uma única ida a um local de vacinação pode servir para atualizar diversos esquemas. “A dose da meningite pode ser aplicada junto a qualquer outra vacina do calendário, com exceção da dengue”, explica. Um menino ou menina de 11 a 14 anos, por exemplo, pode receber o imunizante contra o HPV e a meningocócica ACWY de forma simultânea.
O mesmo vale para um bebê de um ano, com o reforço da meningocócica C conjugada, a tríplice viral e a pneumocócica 10 valente. Só não dá para perder o prazo: passada a faixa etária preconizada a cada vacina, já não é feita mais a aplicação.
Monitoramento e prevenção
Os estabelecimentos de saúde tanto da rede pública quanto da rede complementar têm a obrigação de notificar os casos. Quando há confirmação laboratorial de um caso de meningite, a SES-DF atua rapidamente para investigar e avaliar a necessidade de medidas de controle.
De acordo com a avaliação da equipe técnica, em alguns casos pode haver uso de antibióticos de maneira preventiva a pessoas próximas aos pacientes. “Mas é importante lembrar que isso não é para todos os tipos de meningites e só é indicado em alguns casos bastante específicos”, esclarece a gerente de Doenças Imunopreveníveis da SES-DF, Renata Brandão.
A vacinação é apontada como a principal forma de evitar a doença, além de outras medidas gerais para impedir a transmissão da meningite: lavar e higienizar frequentemente as mãos, manter os locais bem ventilados, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.
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Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação