Distrito Federal

Zona rural tem ação de recolhimento de embalagens de agrotóxicos

Iniciativa, no escritório da Emater na região da Vargem Bonita, também contou com a realização de exames toxicológicos nos produtores

Produtores rurais de Vargem Bonita puderam aprender mais sobre o descarte correto de embalagens de agrotóxicos em ação de conscientização promovida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). O órgão recolheu as embalagens na própria sede, no Núcleo Hortícola Suburbano Vargem Bonita, no Park Way.

A ação foi realizada na quarta-feira (4) e está prevista para ser repetida na próxima semana, dia 11, também uma quarta-feira. A ideia é que, nos dois dias, cerca de 30 produtores rurais sejam atendidos. Os trabalhadores passam por exames e recebem orientações sobre uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) como luvas e máscaras, além de reconhecimento dos sintomas de intoxicação.

Mais de 900 embalagens foram recolhidas em 2021 e uma quantidade aproximada também em 2022. O destino das embalagens é uma empresa de reciclagem, que recebe o material e o transforma em novas embalagens de agrotóxico ou produtos do gênero | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Após 15 dias do final da ação, o resultado dos exames será entregue a quem participar. Marcado para 26 de outubro, o evento, realizado em parceria com os postos de saúde, disponibilizará consultas médicas, vacinação, cortes de cabelo e uma parte de lazer com bingo.

Quase mil embalagens recicladas

De acordo com a gerente do escritório da Emater da Vargem Bonita, Cláudia Coelho, a campanha de recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos é anual, em parceria com a Secretaria de Saúde e uma empresa terceirizada de reciclagem. Mais de 900 embalagens foram recolhidas no ano de 2021 e uma quantidade aproximada também em 2022. O destino das embalagens é uma empresa de reciclagem, que recebe o material e o transforma em novas embalagens de agrotóxico ou produtos do gênero.

A gente faz visita em todas as propriedades que utilizam (os produtos) e falamos da importância de fazer a tríplice lavagem e o furo no fundo da embalagem, para não ter o reaproveitamento. Muita gente queima ou joga no lixo tradicional comum. A gente pede para não fazerem isso porque é um agrotóxico, é crime ambiental o descarte incorreto disso. Sem falar que a gente cuida do meio ambiente, acho que isso é o principal”, explica Cláudia.

Norma de lavagem

A legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem ser lavadas para evitar não apenas o desperdício do produto, mas também reduzir riscos de contaminação do produtor e do meio ambiente.

A lavagem é indispensável para a reciclagem posterior do produto e a norma prevê dois tipos: tríplice e sob pressão. A tríplice lavagem consiste em enxaguar três vezes a embalagem vazia, com passos específicos que impedem o desperdício do agrotóxico e contaminação do meio ambiente.

Também pode ser utilizado o sistema de lavagem sob pressão, onde a embalagem é encaixada no funil do pulverizador e a bomba do próprio equipamento pressiona o bico de lavagem. A água limpa utilizada no processo é captada de um tanque extra, que pode ou não estar integrado ao equipamento.

Cuidados com a saúde

O produtor rural Dante Mafra Martins Teixeira, 60 anos, acumulava os frascos há mais de 20 anos e procurava saber onde podia descartá-los, até que compareceu à ação da Emater. Dante descartou cerca de 35 papeletes e envelopes, além de mais de 30 frascos de defensivos.

Dante Mafra Martins Teixeira: “Sempre usei pouco agrotóxico. Nunca descartei no lixo justamente para não contaminar o meio ambiente”

“Sempre usei pouco agrotóxico. Nunca descartei no lixo justamente para não contaminar o meio ambiente. Tem frascos que a gente sabe que tem produtos bem tóxicos. Guardei por isso, pelo menos vai dar uma destinação correta para esses produtos”, pontua o agrônomo.

O exame toxicológico também é feito anualmente. Segundo Cláudia Coelho, a equipe de saúde já faz alguns exames de rotina, como a medição de glicemia. “Como eles têm esse contato direto é uma forma de ver se não teve contaminação. Normalmente os produtores usam de uma a duas vezes por semana o agrotóxico, às vezes sem EPI. Então é mais um cuidado com a saúde do produtor e do trabalhador rural”, destaca a gerente.

Edis Francisco de Sousa, 43, é produtor rural há 23 anos e anualmente faz o descarte das embalagens e, em seguida, os exames. Ele afirma que é um procedimento tranquilo. “É importante para minha saúde, para o meu futuro. Com a saúde não se brinca”.

Segundo a representante da Emater, os produtores rurais da região da Vargem Bonita têm usado cada vez menos agrotóxicos e investido nos defensivos biológicos (ou biodefensivos), que são produtos agrícolas desenvolvidos a partir de um ativo biológico, ingrediente ativo com origem natural.

agencia brasilia

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