GDF oferece à população rede de cuidados durante o envelhecimento
Serviços de saúde e sociais do governo garantem e ampliam os direitos previstos na política nacional para essa parcela da população, que merece cuidado e respeito
O Dia Internacional da Pessoa Idosa é comemorado neste domingo (1º). A data foi designada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 14 de dezembro de 1990, com o objetivo de chamar a atenção para essa parcela da população e desmistificar estereótipos negativos e equívocos sobre pessoas idosas e envelhecimento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), este ano, a expectativa de vida da população brasileira atingiu os 76,2 anos e, até 2100, deve alcançar 88,2 anos. Esse índice pode variar ao longo do tempo devido a diversos fatores, como avanços na área de saúde, mudanças nas condições socioeconômicas e outros indicativos determinantes.
Atendimento à saúde
“Envelhecer não é sinônimo de velhice, é de vida – e, para chegar bem aos 80 anos, tem que se cuidar ao longo da vida” Angela Maria Sacramento, gerente de Apoio à Saúde da Família da SES
A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) tem uma linha de cuidado em rede separada por três níveis de atenção. O primeiro, que é a porta de entrada para qualquer pessoa idosa no sistema de saúde, começa nas unidades básicas de saúde (UBSs), onde a equipe faz o acompanhamento longitudinal do paciente – ou seja, ao longo do tempo.
Nessa linha, a secretaria busca promover a saúde para essa parcela da população por meio de orientações de prática de exercício, alimentação saudável e circuitos multissensoriais para prevenção de quedas, entre outras atividades.
Os circuitos trabalham aspectos motores e cognitivos, importantes para que a pessoa idosa tenha autonomia e seja independente. Há uma equipe estratégica que traz práticas integrativas, como tai chi chuan, automassagem, meditação e, ainda, dicas de saúde bucal.
“Temos que pensar na pessoa idosa como um indivíduo ativo, independente e autônomo, pensar na promoção da saúde, na prevenção com o circuito multissensorial e as práticas integrativas”, afirma a terapeuta ocupacional Angela Maria Sacramento, gerente de Apoio à Saúde da Família da SES. “Envelhecer não é sinônimo de velhice, é de vida – e, para chegar bem aos 80 anos, tem que se cuidar ao longo da vida.”
No nível secundário de atendimento, entram os ambulatórios com especialidades médicas e interdisciplinares, para cuidar dos pacientes com maior fragilidade. Nessa categoria há o atendimento compartilhado dos ambulatórios de geriatria. Já o terceiro nível de atenção é o atendimento hospitalar e internações. Angela reforça que toda pessoa idosa deve procurar sua UBS para manter o acompanhamento e o cuidado longitudinal com sua equipe de saúde.
Projetos sociais
A Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes-DF) também desenvolve trabalhos destinados à população idosa, dividindo o atendimento em básico e especial. A pasta atua com parcerias que definem acesso a um serviço com família e comunidade, para evitar situações de isolamento.
“Com a inversão da pirâmide etária e o envelhecimento da população, temos pensado na capacidade de atendimento para garantir um envelhecimento saudável e protegido” Coracy Chavante, subsecretário de Assistência Social
Nos centros de convivência do DF, há oferta de atividades como leitura, desenhos, artesanato e outras oficinas, dando acesso ao mundo e à informática e fornecendo atendimento de especialistas e servidores que atuam nas unidades da secretaria.
Pessoas idosas sem uma rede de apoio familiar, há o serviço de acolhimento institucional para idosos, feito nas unidades do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), onde se atua contra qualquer tipo de violência, desde patrimonial à emocional e física, negligência em qualquer aspecto ou qualquer violação de direitos.
“A gente precisa assegurar os direitos da população idosa”, ressalta o subsecretário de Assistência Social, Coracy Chavante. “Com a inversão da pirâmide etária e o envelhecimento da população, temos pensado na capacidade de atendimento para garantir um envelhecimento saudável e protegido.”
Perfil do idoso no DF
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgaram, em 26 de agosto, o Boletim da População Idosa, que trouxe um retrato desse grupo de pessoas no DF.
O relatório mostrou a inserção desse grupo no mercado de trabalho e na inatividade, apresentando também informações sobre as suas principais fontes de rendimento, tempo como referência o biênio 2021-2022.
Entre os dados em destaque, ficou registrado que, nesse período, as pessoas idosas com 60 anos ou mais correspondiam a 18,7% da População em Idade Ativa (PIA) do Distrito Federal. O percentual equivalia a 470 mil pessoas, frente aos 28,3% da faixa de 15 a 29 anos e aos 53% da população de 30 e 59.
Também foi verificado que o volume de mulheres idosas inativas (62,9%) é muito superior ao de homens (37%). Além disso, no grupo de inativos idosos preponderavam as pessoas que desempenhavam o papel de principais responsáveis pelo domicílio (76,6%), enquanto a parcela que ocupava a posição de cônjuge representava 17,8%.
Política nacional
Para garantir um envelhecimento saudável, existe ainda a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Veja, abaixo, suas diretrizes.
→ Promoção do envelhecimento ativo e saudável
→ Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa
→ Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção
→ Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa
→ Estímulo à participação e fortalecimento do controle social
→ Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa
→ Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS
→ Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa
→ Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
agencia brasilia