Agronegócio

Carlos Fávaro terá a missão de unir o agronegócio, chamado de ‘fascista’ por Lula

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), escolhido por Lula para assumir o Ministério da Agricultura, tem enfrentado duras críticas dos produtores rurais. Fávaro foi vice-governador de Mato Grosso de janeiro de 2015 a abril de 2018, na gestão de Pedro Taques, e presidente da Aprossoja, uma das maiores associações de produtores de soja do Brasil.

Mesmo com histórico no agronegócio, Fávaro tem se distanciado do setor nos últimos anos. De acordo com produtores de soja ouvidos por Oeste neste sábado, desde que Fávaro se juntou ao grupo do “rei da soja” — referência a Blairo Maggi, ex-governador e ex-ministro de Lula –, o futuro ministro tem pensado apenas no “negócio” e se esquecido do “agro”.

Produtores que participam de assembleias da Aprossoja, em Mato Grosso, disseram à reportagem que nos últimos cinco anos, depois de deixar a presidência da entidade, Fávaro não compareceu às reuniões. Membros da associação lembram ainda que, durante o período eleitoral, Fávaro foi visto duas vezes em encontros da diretoria dos produtores de soja.

“Fávaro não nos representa hoje em Mato Grosso, mesmo sendo senador eleito pelo estado. Ele diverge do setor em várias pautas, ele diverge do calendário de plantio do produtor. E mais: não busca o diálogo com o setor”, disse, reservadamente, um produtor de grãos.

O senador tem afirmado a aliados mais próximos que planeja conversar mais com a China e que o staff será montado por integrantes do novo governo e nomes da atual gestão.

Com o setor dividido politicamente, Fávaro foi questionado se pretende conversar com os produtores que divergem da gestão.

“Estamos abertos ao diálogo. Presidente Lula fala que não precisam gostar dele, mas que vai chamar para conversar. Aqueles que quiserem fazer o que é certo, fazer o bem para a agricultura e meio ambiente, terão portas abertas para dialogar. As pessoas de bem do agro, tenho certeza que serão bem atendidas”, disse o ministro em entrevista.

Fávaro terá a missão de unir um setor desprezado pelo presidente eleito. Durante sabatina no Jornal Nacional, Lula disse que o agronegócio é “fascista e direitista” e se opõe à preservação do meio ambiente.” Ele ainda acrescentou que “empresário sérios que exportam seus produtos para China e Europa não querem desmatar”. Na época, pelo menos sete entidades que representam produtores rurais repudiaram as declarações.

O futuro ministro aguarda a nomeação do deputado federal Neri Geller (PP-MT) na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Via: Revista Oeste

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