Agronegócio

Produtores usam ‘brinquedos’ para acalmar suínos

Para reduzir os efeitos do confinamento intensivo de suínos, pesquisadores, indústrias, produtores e organizações não governamentais têm investido na introdução de “brinquedos” nas instalações onde os animais são criados. A prática ajuda a evitar o estresse e comportamentos associados a ele, como o ranger de dentes e a agressividade.

“Brinquedo é como são chamados elementos colocados nas baias com a intenção de permitir que esses animais expressem comportamentos naturais, iguais aos que eles teriam se estivessem soltos na natureza”, explicou o pesquisador Osmar Dalla Costa, da Embrapa Suínos e Aves.

A produção global de carne suína aumentou quatro vezes nos últimos 50 anos e deve se manter em alta até 2050, por causa do crescimento da população mundial e do consumo per capita em algumas regiões, principalmente na Ásia.

Propiciar as melhores condições de vida possíveis aos suínos é uma exigência comum entre consumidores de todo o mundo. Além disso, significa reduzir perdas econômicas. Animais estressados, em geral, diminuem sua capacidade de transformar ração em carne e oferecem uma matéria-prima de pior qualidade.

Experiências no Brasil ensinam que a introdução de brinquedos nas instalações não representa maior gasto para produtores, mas um maior investimento em tempo de trabalho para gerenciar o esforço extra representado pela manutenção dos elementos de enriquecimento.

“Temos visto problemas menores nas baias com o uso de correntes”, observou Valdecir Folador, produtor de suínos da região de Barão do Cotegipe, no Rio Grande do Sul, e presidente da Associação de Criados de Suínos do Rio Grande do Sul. “Quando bem manejadas, elas ajudam a manter os suínos calmos.”

Segundo ele, os brinquedos fazem parte de um contexto mais amplo de investimentos no bem-estar animal. “Não é somente colocar algo na baia e deixar lá”, disse. “Tem todo o ambiente, a ração e uma série de outras coisas que evoluíram muito.”

Via: Revista Oeste

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